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Termo

Tibetano:

ཕྱག་འཚལ་བ

phyag 'tshal ba

mão/ homenagem+pedir

 Atenção: provisório – em revisão 

Sânscrito:

नम्र

namra

reverente, submisso, curvar 

Português:

prostração, prostrar, prosternação, prosternar, homenagem, reverência, honrar

Um gesto de reverência no qual a testa, as duas mãos e os dois joelhos tocam o solo. Pode ser também uma prática, incluída, por exemplo, prática do Refúgio ou do Guru Yoga

A escolha entre as variantes disponíveis “prostrar” e “prosternar”, embora sejam derivações etimológicas do latim* e ambas corretas, tem sido tema de reflexão. Dependendo do texto, privilegiamos sobretudo a primeira opção, uma vez que a palavra “prostrar” tem uma utilização histórica profunda no contexto espiritual, sendo usada, por exemplo, na igreja católica para referir a “prostração” feita ao Papa durante a tomada de votos e noutros momentos da vida sacerdotal. Mesmo em obras literárias abordando esta temática é esta a formulação adotada, como em Eça de Queiroz: “Como se prostrava bem diante do altar...” ou “A Sra. D. Josefa Dias, com passos fofos, depois de se ter prostrado diante da capela do Santíssimo...” (in O Crime do Padre Amaro, 1875); ou Almeida Garret: "Prostremo-nos e adoremos, como bons portugueses, o símbolo da fé cristã e da fé patriótica..." (Viagens na Minha Terra, 1843); ou Alexandre Herculano: "Cremilde prostra-se com a face no chão; as monjas e a dama vestida de branco seguem o seu exemplo." (in Eurico, o Presbítero, 1843). Também noutros contextos, foi a escolha dos nossos ilustres escritores, como Fernando Pessoa: "Quando o meu carro real cortava o mar do povo que se prostrava, eu não me sentia rei." (in O Livro do Rei Igorab, 1915). E poderemos mesmo afirmar não termos encontrado a formulação "prosternação" em nenhuma obra literária portuguesa.
Assim sendo, embora na saṅgha que nos é mais próxima, seja utilizado sobretudo o termo “prosternar”, devido à influência do francês sobre o seu léxico budista, esse hábito não é transversal a todos os praticantes portugueses e além fronteiras. Além do mais, uma vez que a “prostração” é entendida, em termos budistas, como um antídoto ao orgulho, optámos aqui por esta variante do termo, que inequivocamente é a que mais evoca a humildade. Como Dzongsar Jamyang Khyentse refere: "[São] uma das melhores [técnicas] que temos para destruir o orgulho. São um gesto externo de capitulação perante a verdade do Dharma, e uma expressão da nossa intenção de nos rendermos, de expor o nosso orgulho. Assim, quando tomamos refúgio, prostramo-nos para demonstrar a nossa rendição total, estirando-nos aos pés do guru, tantas vezes quantas pudermos, colocando no chão os cinco pontos do nosso corpo...]

*de acordo com a nossa pesquisa "prostração" deriva da forma nominal do latim "prostrātĭo" e "prosternação" deriva da forma verbal do latim "prosternĕre". Em português, a prevalência de "prostração/prostrar" provavelmente deve-se ao latim vulgar que privilegiou a forma "prostrātĭo" e "prostrare"; o ressurgimento da forma baseada no verbo latim deve-se provavelmente a uma reentrada do termo no léxico português via o francês.

Inglês:

prostration

Gesture of reverence, in which the forehead, the two hands and the two knees touch the ground. [WOMPT, 1998] [ZT, 2006]

Espanhol:

postración, homenaje, reverencia, honrar

Un gesto de reverencia en el cual la frente, las manos y las rodillas tocan el suelo.[PMP, 2014]

Francês:

Prosternation

Voir note 238. [CGP, 1997]

Italiano:

prosternazioni

Toccare la terra con le mani, le ginocchia e la fronte in gesto di riverenza.

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